Cães e gatos são internados após receberem vacina antirrábica em Vitória



Desde a tarde de sábado, clínicas veterinárias estão recebendo casos de bichinhos com sintomas de dor, febre e fraqueza

GAZETA ONLINE

foto: Gabriel Lordêllo - GZ
Donos mostrando animais que tomaram a vacina antirábica e passaram mal depois - Editoria: Cidades - Foto: Gabriel Lordêllo - GZ
Donos mostrando animais que tomaram a vacina antirábica e passaram mal depois


O que deveria proteger cães e gatos da raiva está causando uma verdadeira dor de cabeça aos donos dos animais. Desde a tarde deste sábado (25), clínicas veterinárias de Vitória estão recebendo casos de bichinhos com sintomas de dor, febre e fraqueza. Veterinários afirmam que a causa destes transtornos são as reações que os animais estão tendo após receberem a vacina antirrábica oferecida na Capital, neste fim de semana.

Na clínica veterinária Climev, em Jardim Camburi, uma funcionária informou que são muitos efeitos colaterais que os bichos estão tendo por causa da vacina oferecida pelo Ministério da Saúde. Mara afirmou que o telefone da clínica não parou de tocar desde este sábado (25). "Os donos trazem os animais até aqui e eles chegam prostrados, sentindo dor, com febre e não aceitam a alimentação".

Mara, que tem 30 animais, sendo 17 gatos e 3 cachorros, disse que não vacinou nenhum deles pois ficou sabendo que, no mês de agosto, donos de animais dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro  tiveram os mesmos problemas com a vacinação antirrábica.   

Até a noite deste domingo na clínica não foi registrado nenhum óbito de animal e isso porque os donos ao perceberem a mudança no comportamento de seus bichinhos procuraram logo os veterinários. "A nossa preocupação é com aqueles donos que não tem condições de pagar pelo tratamento. Imagine quantos animais estão morrendo?" finaliza a funcionária.

Para a moradora de Jardim da Penha, Priscilla Salvador, o problema veio em dobro. Neste sábado, por volta das 17h, ela levou suas duas gatinhas, uma de 4 anos e a outra de 6 meses de idade, para serem vacinadas na Praça do Epa, perto de onde mora. As duas gatas manifestaram o problema após algumas horas da aplicação da vacina. "A mais nova, ficou ruim primeiro. Ela ficou mole e só chorava. Não comia, não bebia água e não conseguia andar. Já a mais velha teve apenas febre", disse Priscilla, que na manhã deste domingo precisou internar a mais nova na Clínica Bixus, em Jardim da Penha.

Priscilla ficou preocupada com a situação e pesquisou na internet sobre o caso. Achou diversos artigos dizendo que, pela estatística, são poucos os animais que se sentem mal ou morrem após a vacinação e o azar é para estes poucos que estão tendo reações estranhas após a vacinação. "Se eu soubesse que minhas gatinhas teriam alguma chance de morrer, eu jamais teria vacinado. Também pensei que ia economizar dando a vacina da campanha, mas acabei gastando muito mais. Só a diária da internação é R$ 80,00", conclui.

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A veterinária responsável pela clínica onde estão as gatinhas de Priscilla, Marcelly Bravim, disse que orientou neste ano a todos os clientes que perguntavam sobre a campanha a não vacinarem seus animais: "Eu nunca fui contra campanhas de vacinação, mas este ano, após ver os problemas que veterinários tiveram em São Paulo, eu pedi para meus clientes não vacinarem na campanha antirrábica, oferecida pelo Ministério".

Há 20 dias, o município da Serra também realizou a campanha de vacinação. Segundo Marcelly, em outra clínica onde trabalha, 15 animais ficaram internados. Perguntada sobre o motivo que está causando estes efeitos colaterais nos bichos, Marcelly afirmou que o Ministério da Saúde resolveu mudar a forma de fabricação da vacina e que esta nova formulação estaria causando problemas. Ela também disse que os animais que mais sofrem com os efeitos colaterais são os gatos, cães bem novinhos ou cães idosos. A campanha em Jardim da Penha foi neste sábado, mas a veterinária acredita que os atendimentos por conta do efeito colateral da vacinação continuarão durante a semana.
Secretaria de Saúde
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) que informou que a responsabilidade pela distribuição dos lotes da vacina é do Ministério da Saúde, a quem cabe responder por problemas na fabricação do produto. A assessoria da Sesa ressaltou que o orgão apenas armazena o material e que os municípios são responsáveis pelas campanhas de vacinação. A assessoria de comunicação do Ministério da Saúde foi procurada, mas ninguém foi encontrado para falar sobre os problemas causados pela vacina.

Um comentário:

Luís Eduardo Pirollo disse...

Meu caro amigo Marivan, boa noite!!!
Aqui em nossa região também aconteceu a mesma coisa, deu choque e alguns animais morreram, foi suspensa a vacinação.
Agora só nos resta esperar uma solução para o caso, pois os animais não podem ficar sem a vacinação.
Parabéns pela excelente postagem!
Grande abraço e muita paz!!!

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